Por meados de agosto, mais um dia acordando por
volta das 5:30 da madrugada, o mesmo sentimento, a tortura constante. Aquela
sensação súbita de falta de ar, taquicardia. Seguro a vontade latente de
chorar, de gritar. Como é péssimo ser acordado dessa forma, é tão cruel, tão
desumano, muito pior do que ser acordado com um balde de água gelada em pleno
inverno. E assim, essa mesma sensação se repetindo por vários e vários dias.
O que é isso ? É o corpo gritando, pedindo
socorro, pedindo algo que já se foi, que não me pertence e nunca me pertenceu.
É meu subconsciente se aproveitando do meu momento de indefesa e me
apunhalando. Memórias vivas do que se foi, me fazem sentir, sonhar com você.
E na tentativa de uma catarse, crio (recrio) esse
blog, apenas mais uma técnica para exteriorizar tudo o que sinto. Preciso
falar, preciso colocar tudo isso para fora. Preciso me desintoxicar, mas não
tem ninguém para me ouvir. Não, não quero falar sobre isso com mais ninguém, é
massante, dá a impressão de ser patológico. Ninguém me entende completamente.
Por mais que já tenham passado por isso, já não se lembram mais de como é.
Afinal, por defesa, nosso cérebro ¨oculta¨ essas coisas.
Só quem está sentindo sabe como é. Como o
sentimento nos torna patéticos, como perdemos a racionalidade, o controle da
situação. Amar parece algo tão patético. Será que é isso o amor? Ou seria uma
obsessão? Quem pode definir o amor? Quem pode sentir o amor em sua forma plena
e recíproca? Não amor de filho, ou de mãe ou até mesmo de amigo. E sim o amor
pelo outro, o amor que envolve sexo e cumplicidade. Intimidade.
Tem sido dias difíceis, e contarei por partes
como tudo aconteceu, como fui parar nesta situação que prometi a mim mesmo
nunca mais passar. E que você, já passou ou algum dia irá passar por isso, se
tiver SORTE, sim SORTE, pois apesar de doloroso traz consigo algo bom. O que?
Ainda não descobri, mas tenho convicção no que digo.